Fauna do Parque Natural de Sintra-Cascais

Bufo-real (Bubo bubo)

Uma grande diversidade de habitats, alguns escassos no contexto nacional, permitem ainda grande diversidade faunística, embora nem sempre facilmente observável. São mais de 200 as espécies de vertebrados, já identificadas: 33 de mamíferos, mais de 160 de aves, 12 de anfíbios, 20 de répteis e 9 de peixes de água doce.

A área protegida encerra ainda valores faunísticos de grande interesse de conservação, designadamente a boga-portuguesa (Iberochondrostoma lusitanicum), a fritilária-dos-pântanos (Euphydryas aurinia), a víbora-cornuda (Vipera latastei) e a águia de Bonelli (Aquila fasciata).

boga-portuguesa (Iberochondrostoma lusitanicum)

fritilária-dos-pântanos (Euphydryas aurinia)

víbora-cornuda (Vipera latastei)

águia de Bonelli (Aquila fasciata)

Das aves, 67 são nidificantes e 23 apresentam estatuto de ameaça em Portugal. O território do Parque Natural apresenta relevo para a conservação de 9 destas espécies, nomeadamente rola-comum (Streptopelia turtur), andorinhão-real (Apus melba), pica-pau-malhado-pequeno (Dendrocopos minor), gavião da Europa (Accipiter nisus), águia de Bonelli (Aquila fasciata), falcão-peregrino (Falco peregrinus), bufo-real (Bubo bubo), tartaranhão-azulado (Circus cyaneus), ferreirinha-alpina (Prunella collaris) e corvo-marinho-de-crista (Phalacrocorax aristotelis).

rola-comum (Streptopelia turtur)

andorinhão-real (Apus melba)

pica-pau-malhado-pequeno (Dendrocopos minor)

gavião da Europa (Accipiter nisus)

águia de Bonelli (Aquila fasciata)

falcão-peregrino (Falco peregrinus)

bufo-real (Bubo bubo)

tartaranhão-azulado (Circus cyaneus)

ferreirinha-alpina (Prunella collaris)

corvo-marinho-de-crista (Phalacrocorax aristotelis)

A existência de algumas grutas e minas de água, não exploradas pelo turismo, permite a presença de espécies de morcegos cavernícolas, algumas das quais apresentam estatuto de ameaça de “Criticamente em perigo” em Portugal, como o morcego-de-ferradura-mediterrânico (Rhinolophus euryale) e ”Vulnerável” como o morcego-de-ferradura-pequeno (Rhinolophus hipposideros). De relevar ainda a existência de um crustáceo endémico da Gruta da Assafora, Prosaellus assaforensis (Isopoda – Asellidae), descrito para a ciência em data relativamente recente.

morcego-de-ferradura-mediterrânico (Rhinolophus euryale)

morcego-de-ferradura-pequeno (Rhinolophus hipposideros)

Por outro lado, o maciço eruptivo de Sintra apresenta características de ilha biogeográfica, fenómeno resultante da existência de um bioclima distinto da plataforma sedimentar enquadrante, e tal como acontece com a flora, este facto poderá explicar a grande riqueza de anfíbios e répteis, é uma área mais húmida e a poluição dos cursos de água é menor, e a presença de populações isoladas de espécies cujo ótimo ecológico se situa em regiões mais setentrionais, como é o caso, da vaca-loura (Lucanus cervus), do lagarto-de-água (Lacerta schreiberi), do musaranho-de-dentes-vermelhos (Sorex granarius) e do licranço (Anguis fragilis).

vaca-loura (Lucanus cervus)

lagarto-de-água (Lacerta schreiberi)


musaranho-de-dentes-vermelhos (Sorex granarius)


licranço (Anguis fragilis)

Ocorrendo também algumas populações isoladas de passeriformes nidificantes como a estrelinha-de-poupa (Regulus ignicapillus) ou o pisco-de-peito-ruivo (Erithacus rubecula).

estrelinha-de-poupa (Regulus ignicapillus)

pisco-de-peito-ruivo (Erithacus rubecula)

De salientar populações como o lagarto-de-água que, embora não apresente estatuto de ameaça em Portugal, poderá apresentar interesse científico a conservação de formas geneticamente diferenciadas a um nível subespecífico.

A invasão por espécies exóticas, a expansão urbana, o incremento das atividades ligadas ao turismo ou à construção de segunda habitação e a ocorrência frequente de fogos constituem atualmente os problemas mais graves para o Parque no que respeita à conservação da flora, extensíveis à fauna e de um modo geral a todos os habitats naturais.

Espécies como a gineta (Genetta genetta), a raposa (Vulpes vulpes), a doninha (Mustela nivalis), o ouriço-cacheiro (Erinaceus europaeus), a salamandra (Salamandra salamandra), o tritão-de-ventre-laranja (Triturus boscai) ou a lagartixa-do-mato (Psammodromus algirus) não se encontram ameaçadas.

gineta (Genetta genetta)


raposa (Vulpes vulpes)


doninha (Mustela nivalis)


ouriço-cacheiro (Erinaceus europaeus)


salamandra (Salamandra salamandra)


tritão-de-ventre-laranja (Triturus boscai)


lagartixa-do-mato (Psammodromus algirus)

Não se conhece qualquer registo de observação, nos últimos anos de animais como a lontra (Lutra lutra), o gato-bravo (Felis silvestris) ou o sapo-de-unha-preta (Pelobates cultripes)

lontra (Lutra lutra)

gato-bravo (Felis silvestris)

sapo-de-unha-preta (Pelobates cultripes)

São exemplos de animais já extintos no Parque, o urso (Ursus arctos), o veado (Cervus elaphus), a lebre (Lepus capensis) ou o lobo (Canis lupus).


urso (Ursus arctos)


veado (Cervus elaphus)


lebre (Lepus capensis)


lobo (Canis lupus)

A invasão por espécies exóticas, a expansão urbana, o incremento das atividades ligadas ao turismo ou à construção de segunda habitação e a ocorrência frequente de fogos constituem atualmente os problemas mais graves para o Parque Natural no que respeita à conservação da flora, extensíveis à fauna e, de um modo geral, a todos os habitats naturais.

Por: ICNF

2 comentários:

  1. Adorei os comentários

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  2. Acabei de avistar uma lontra no parque nacional Sintra Cascais. Perto do vale do Guincho na Charneca.

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