Lisboa Pombalina

O urbanismo da 2ª metade do séc. XVIII é marcado pela reconstrução de Lisboa após o terramoto. O plano de autoria de Eugénio dos Santos tem um traçado regular com regras de composição bem definidas.

Planta do projeto de reconstrução de Lisboa após o Terramoto de 1755, 12 de Junho de 1758. Litografia colorida do Museu de Lisboa.

O terramoto de 1755

A segunda metade do séc XVIII é marcada pela reconstrução de Lisboa após o terramoto de 1755 que destruiu parte da capital. Como consequência do terramoto deflagrou, por toda a cidade, um violento incêndio que agravou os danos causados. A zona mais afetada foi a Baixa, que possuía uma elevada densidade populacional, tendo morrido cerca de 10 mil pessoas nesta catástrofe. Ao terramoto seguiram-se assaltos e pilhagens que aumentaram o pânico dos habitantes.

Planta de Lisboa, 1650

Plano de reconstrução pombalino

O marquês de Pombal assume o comando da reconstrução de Lisboa, encarregando Manuel da Maia, engenheiro-mor do reino, de elaborar um plano para a reconstrução da capital.

Manuel da Maia elabora um relatório – Dissertação (1755-56) – onde apresenta cinco projetos de intervenção na cidade. Considera que a opção por um deles deveria ser feita com base na escolha do local de construção do palácio real. As propostas representam opções de projeto distintas. A reconstrução de Lisboa com uma fisionomia próxima à que possuía antes do terramoto. Soluções de reconstrução assumindo novas regras de composição do espaço. Uma atitude radical de construção de uma nova cidade junto a Belém. Segundo Manuel da Maia a reconstrução de Lisboa deveria ser feita num lugar livre, segundo um plano regular, com ruas largas e edifício uniformes.

A proposta escolhida segue as suas ideias, mas a intervenção incidiria na área da Baixa. O projeto de reconstrução é da autoria de Eugénio dos Santos e continuado por Carlos Mardel.

Trata-se de um projeto com um traçado regular onde existe uma hierarquia de vias. São definidas três ruas principais que articulam duas praças, Terreiro do Paço e Rossio. As edificações obedecem a um desenho tipo de fachada adaptado à rua onde se localizam. A organização do interior dos edifícios é deixada ao gosto dos proprietários. Há uma preocupação com o conjunto, a malha urbana, e não com o objeto arquitetónico, o edifício.


Fachada-tipo nas ruas principais.

O desenho do Terreiro do Paço, da autoria de Carlos Mardel, denota um gosto barroco. Evidenciado pelo desenho da praça com arcarias regulares, onde existe um eixo de simetria definido pelo arco do triunfo e pela posição central da estátua de D. José I.


Fachada da Praça do Comércio voltada para o rio.

É importante salientar que a concretização deste projeto só possível graças à forma de ação do marquês de Pombal, que criou leis que definiam regras construtivas e dispositivos que controlavam a execução das obras de acordo com o projeto traçado.

Planta de Lisboa elaborada por Duarte Fava em 1807.

Por: AP (Arquitetura Portuguesa)

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