Passadiços da Barrinha de Esmoriz : o passadiço com muito que ver e fazer

É um trilho que abraça a barrinha de Esmoriz, que decalca uma ponte com 40 metros de comprimento que terá existido em meados do século passado, num saudosismo que embeleza e engrandece a paisagem.


Tem piso de madeira, água sempre por perto, duas pequenas pontes, um cais flutuante, e um miradouro com um banco e vista para a barrinha, para as dunas e para o mar. É um dom da natureza que a mão humana decidiu potenciar e valorizar com lugares onde, por vezes, os azuis do céu, do oceano e da lagoa se fundem num só corpo.


Neste percurso circular de oito quilómetros, há acesso direto à praia de Esmoriz, continuidade para Espinho e suas zonas balneares, várias entradas ou saídas dependendo das vontades, ao redor de uma barrinha circundada por canaviais que se vão pintando com as cores das estações do ano. Um passeio com flora e bicharada, que os livros garantem serem raras de encontrar noutros sítios, e um observatório de aves pelo caminho para tentar ver de perto um reino animal habitado por garças-reais ou piscos-de-peito-ruivo. A fuinha dos juncos e o lagostim vermelho também moram neste habitat.


E respeito, muito respeito, porque esta área lagunar faz parte da Rede Natura 2000, apesar dos seus altos e baixos em termos ambientais que o presente e o futuro querem deitar para trás das costas. É precisamente esse círculo de água, que mantinha uma certa discrição, que agora se exibe de peito feito num passadiço que trouxe à superfície uma área que marinava num estranho anonimato.


Uma zona peculiar que partilha a mesma água e tem dois batismos. De um lado chamam-lhe barrinha de Esmoriz, da parte de Ovar, do outro lagoa de Paramos, da banda de Espinho. Afinal, esta área em estado líquido tem particularidades a começar pela sua localização geográfica: no meio de dois concelhos, a norte de Ovar e a sul de Espinho, separando com água dois territórios. Mas o que realmente importa é todo um cenário que um passadiço conseguiu resgatar e que os olhos agradecem.


Texto de Sara Dias Oliveira

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