Palácio de Monserrate através da sua Iconografia

Conheça a evolução do Palácio de Monserrate através da sua Iconografia. Gravuras, desenhos, pinturas e fotografias, onde o edifício é referência essencial.

Projetos do alçado da fachada principal e da planta do piso térreo dos Palácios de Monserrate

O Palácio neogótico à esquerda (1791), iniciativa de Gerard de Visme, e o Palácio orientalizante à direita (1864), consequência da renovação promovida por Francis Cook.

Enquanto os modelos estéticos impostos pelos proprietários seguiram rumos diferentes, o modelo estrutural é semelhante: corpo central de base quadrada, duas alas laterais simétricas, corredor longitudinal no piso térreo, torres cilíndricas nas extremidades e janelas ogivais. O arquiteto de Francis Cook, James T. Knowles, concebeu um projeto que incorporou a estrutura interna do anterior edifício numa original membrana decorativa, verdadeiro caleidoscópio de evocações plásticas, habilmente fusionadas.

Duas residências apalaçadas, duas épocas, duas tendências: entre o revivalismo de Gerard de Visme e o ecletismo de Francis Cook.

O PALÁCIO DE GERARD DE VISME

Litografia a cores de Nöel (direita) e pormenor (esquerda). Última década do século XVIII. Original no Museu das Artes Decorativas de Paris. ©Biblioteca Municipal de Sintra

O Palácio ergue-se no cimo do monte, totalmente construído, sendo visíveis as culturas e pomares, de aspecto cuidado.

Desenho de W. Baker, gravado e publicado por John Wells em 1793. Pormenor à esquerda. ©Biblioteca Nacional de Portugal

De Visme fez melhorias na propriedade, que murou.

Vista do Palácio de Monserrate, Gravura de 1793

Além do palácio, Gerard de Visme fez intervenções nos jardins, inserindo limites arquitectónicos e portões, pois é provável que antes se encontrassem abertos. Em 1793-1794 William Beckford habita o Palácio, introduzindo alguns melhoramentos no edifício e na envolvente.

Desenho de Nöel, gravado e publicado por John Wells em 1795. Pormenor à esquerda

Gravura apresentada no Archivo Pittoresco (1864, volume VII, página 245) que reproduz um desenho original de 1808 (?).

Após a partida definitiva de William Beckford, no final do século XVIII, o palácio e os jardins foram abandonados. Os documentos artísticos não constituem a única fonte ilustrativa da progressiva degradação da propriedade. Os visitantes estrangeiros também deixaram interessantes testemunhos, sendo Lord Byron o mais célebre de todos.

Na sequência da sua estadia sintrense em 1809, Lord Byron escreveu sobre Monserrate:

“On sloping mounds, or in the vale beneath,
Are domes where whilom kings did make repair;
But now the wild flowers round them only breathe:
Yet ruined splendour still is lingering there.
And yonder towers the prince’s palace fair:
There thou, too, Vathek! England’s wealthiest son,
Once formed thy Paradise, as not aware
When wanton Wealth her mightiest deeds hath done,
Meek Peace voluptuous lures was ever wont to shun.”
Childe Harold’s Pilgrimage, Canto the First XXII


Gravura colorida de 1828

Vista de Monserrate em 1840. Litografia de Manuel Luiz baseada no desenho de Clémentine Brélaz. ©PSML

Óleo sobre tela de 1849, da autoria de A. E. Hoffmann

Litografia de 1852, autor desconhecido.

O PALÁCIO DE FRANCIS COOK

Em meados do século XIX, Francis Cook, um dos grandes magnatas ingleses da época, descobre um palácio em decadência, sem telhados, sem janelas e com um jardim degradado. Alguns anos depois arrenda a propriedade e, posteriormente, em 1863, compra-a. Começa então uma grande campanha de obras, emergindo o Palácio e os Jardins que ainda hoje subsistem.

Fachada ocidental do Palácio. © PSML

O Palácio de Monserrate em construção. ©PSML

Gravura publicada no Archivo Pittoresco (1866, volume IX, 24, página 185)

Postal ilustrado com fotografia colorida, 1902-1904. ©Zentralbibliothek Zürich

Aspeto do parque e do palácio de Monserrate a princípios do século XX.

Bilhete postal do início do século XX

Outro postal ilustrado do início do século XX

Por: Parques de Sintra

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