Ginjinha de Óbidos
A criação de licores à base de frutas remonta a tempos e locais ancestrais, onde estas eram tidas como medicinais ou na cura de diversos males.
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Óbidos |
É difícil estabelecer com exactidão a origem do aparecimento da ginja. Contudo, pensa-se ser procedente da Ásia menor, das margens do Rio Cáspio, tendo sido gradualmente dispersa pelos países mediterrânicos através das rotas comerciais.
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Igreja de Santa Maria ou Igreja Matriz de Óbidos |
Na Etnografia Portuguesa, José Leite Vasconcelos, refere que Plínio o velho (séc. I DC), famoso escritor romano, louva as ginjas da Lusitânia. Portugal tem, de facto, no Oeste, nomeadamente no concelho do Óbidos, graças ao seu particular microclima, as melhores ginjas silvestres da Europa.
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Óbidos |
Também denominada por “Ginjinha de Óbidos”, o licor tem um forte sabor, intensamente perfumado com o agridoce das ginjas. De cor vermelho escuro, o licor apresenta duas variedades distintas: o licor simples e o licor com frutos no seu interior, por vezes aromatizado com baunilha ou um pau de canela.
Acredita-se que a origem deste licor remonta ao séc. XVII, de receita conventual, da qual um frade tirou partido das grandes quantidades de fruto existentes na região, executando o refinamento do licor hoje conhecido como Ginjinha de Óbidos.
A fórmula foi gradualmente difundida, passando o licor a ser confeccionado a nível familiar por obidenses, orgulhosos de presentear ilustres hóspedes com a melhor das ginjas. Mais ou menos alcoólica, doce ou ácida, a ginja é um ex-libris da vila que cede a fama à noite de Óbidos.
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